Se você é fã do gênero, esta noite você pode desfrutar de uma joia cinematográfica. w6d2o
Se um filme de faroeste tem John Wayne liderando o elenco, já merece uma chance, mas este é um dos melhores de sua carreira e do gênero: Rio Vermelho, um filme de 1948 dirigido por Howard Hawks - que foi chamado de "o melhor diretor americano que não é um nome conhecido" - e com Montgomery Clift como companheiro de Wayne.
Um título que nenhum fã de cinema pode se dar o luxo de perder e que você encontra facilmente em diversos serviços, desde os pagos MGM+ e Oldflix, até os gratuitos como NetMovies e Pluto.
Rio Vermelho se concentra em Thomas Dunson, um homem duro e exigente, e seu amigo Nadine Groot, que viajam pela Rota da Califórnia até pararem na fronteira com o Texas, no Rio Vermelho. Lá, eles decidem fundar seu rancho, mas o chefe da rota os avisa que não é seguro porque há muitos indígenas na área. Eles precisam de bons pistoleiros para se estabelecer e, após um primeiro confronto, conseguem se instalar perto do Rio Grande.
Após 12 anos de trabalho árduo, eles decidem se mudar do Texas para o Missouri com seus dez mil cabeças de gado. Dunson, agora com seu filho adotivo Matthew, recruta mais de uma dúzia de homens que os ajudarão em uma façanha que nunca antes havia sido alcançada.
O filme é, para muitos, um dos grandes westerns já feitos. De fato, o American Film Institute o classificou como o quinto melhor faroeste de todos os tempos em 2008. Foi aclamado pela crítica no momento de seu lançamento, que destacou suas "atuações excelentes" e a direção detalhista de Hawks. A Academia também o premiou com dois Oscar: Melhor Roteiro e Melhor Edição. É, em suma, um daqueles títulos que você não deve deixar ar despercebido.
Mas, atenção, porque a versão que você verá não é a que foi originalmente lançada
E é aqui que há muito o que se falar.
Acontece que Howard Hawks, o diretor, não ficou satisfeito com a edição e pediu a Christian Nyby que fizesse sua própria versão. Levou um ano para completá-la e saiu com um longa-metragem de 133 minutos de duração. Restava pouco tempo para sua estreia oficial e tiveram que superar um último obstáculo em uma produção interminável. Howard Hughes havia processado Hawks porque o clímax do filme se parecia demais com o filme The Outlaw (1943).
Hughes nunca havia perdoado Hawks por ter abandonado as filmagens e decidiu cutucar a ferida. Deram permissão a Hughes para mudar o final de acordo com seu próprio critério, mas o editor Christian Nyby viu que era um absurdo. Ele conseguiu fazer alguns remendos para que a má edição de Hughes não fosse notada e foi assim que chegou às grandes telas. Mas esta versão se perdeu e a de 133 minutos, a primeira que Nyby fez, é a que tem sido transmitida na televisão em todo o mundo.
Há um longo debate sobre qual era a preferida do diretor. O historiador de cinema Peter Bogdanovich entrevistou Hawks em 1972 e ele disse que sua favorita era a que foi lançada nos cinemas, mas outros acreditam que a de 133 minutos era a que ele mais gostava. A original, a que tem os remendos de última hora, foi editada pela Criterion Collection em 2014.
*Conteúdo Global do AdoroCinema