Precoce: Críticas 5e1q6q

O filme Premature (2014), dirigido por Dan Beers, insere-se no vasto cenário das comédias adolescentes que exploram as descobertas e desafios da sexualidade na juventude. Embora sua premissa — a repetição de um mesmo dia em um loop temporal — ofereça potencial criativo, a execução do enredo acaba por limitar a obra a uma sucessão de clichês e piadas previsíveis, característica de filmes que não buscam inovar, mas apenas entreter.

A trama gira em torno de Rob Crabbe (John Karna), um estudante prestes a realizar uma entrevista crucial para sua entrada na Universidade de Georgetown. No entanto, ele descobre que está preso em um loop temporal, revivendo o mesmo dia todas as vezes que ejacula prematuramente. A partir daí, a narrativa se desdobra em uma sequência de tentativas cômicas e frustradas de Rob para sair do ciclo, envolvendo encontros constrangedores, fracassos escolares e interações com colegas de classe.

Embora o conceito de loop temporal remeta a clássicos como Feitiço do Tempo (1993), Premature não consegue explorar plenamente a profundidade ou as possibilidades que essa estrutura narrativa oferece. Em vez disso, o foco está em humor adolescente, muitas vezes de gosto duvidoso, que não avança a história ou o desenvolvimento do protagonista.

O humor de Premature é centrado em situações constrangedoras e explícitas relacionadas à sexualidade, um traço típico de comédias adolescentes como American Pie. Contudo, diferentemente de obras que conseguem equilibrar o humor vulgar com uma mensagem subjacente ou desenvolvimento de personagens, este filme opta por uma abordagem rasa, que não acrescenta nuances ao tema da sexualidade na adolescência.

As representações femininas, em particular, são problemáticas. Angela Yearwood (Carlson Young), o interesse amoroso de Rob, é retratada de maneira estereotipada, sendo reduzida a um objeto de desejo sexual sem maior profundidade. Gabrielle (Katie Findlay), que tem um papel mais significativo no desfecho, recebe pouco tempo de tela para que sua importância seja desenvolvida de forma impactante.

Rob Crabbe é o típico protagonista desajeitado e azarado, comum em filmes do gênero. No entanto, sua jornada não apresenta grande evolução emocional ou maturidade ao longo da história. A repetição do dia, que poderia servir como um catalisador para reflexões e transformações, acaba sendo utilizada apenas como pretexto para piadas recorrentes. Isso torna difícil para o público criar uma conexão significativa com o personagem.

A direção de Dan Beers é funcional, mas carece de inovação. A cinematografia de Jimmy Lindsey cumpre seu papel ao capturar os ambientes colegiais de forma eficiente, mas não apresenta nada marcante ou visualmente memorável. A trilha sonora de Nick Urata complementa o tom leve e descontraído, embora também não se destaque como elemento narrativo.

Ao buscar inspiração em clássicos como Superbad (2007) e American Pie (1999), Premature parece mais interessado em emular do que inovar. Enquanto esses filmes equilibram humor e desenvolvimento de personagens, esta obra se limita a repetir fórmulas desgastadas, resultando em uma experiência previsível. A falta de originalidade prejudica sua relevância no já saturado gênero de comédias adolescentes.

Premature é uma comédia despretensiosa que pode entreter espectadores em busca de algo leve e descompromissado, mas sua falta de originalidade e desenvolvimento profundo limita sua capacidade de se destacar no gênero. Apesar de momentos cômicos ocasionais, o filme é prejudicado por um roteiro repetitivo, personagens pouco cativantes e a exploração rasa de sua premissa.

Embora divertido em alguns momentos, o filme não é memorável e dificilmente deixará um impacto duradouro no espectador.

Premature - segundo filme na semana que eu assisto com a mesma temática de volta no tempo mas esse pelo menos foi uma comédia achei legal bem mais ou menos mas mesmo assim legal

Esse filme é uma espécie de "american pie - Dejavu. A história é boa e é um filme bem engraçado.