O suspense ou o filme de terror com alegoria direta tornou-se um terreno muito explorado devido ao conceito se tornar cada vez mais conhecido e também pelo sucesso de Corra! (Get Out). Tanto em termos comerciais quanto de prestígio, o filme de Jordan Peele tornou-se um modelo a imitar, embora não tanto a seguir naquilo em que se destacava.
Também não é um drama, nem todos os filmes precisam ser uma experiência transformadora se são capazes de ser sensoriais. Certamente, muitas cópias não conseguiram nem uma coisa nem outra por querer incluir sua mensagem de forma muito forte em vez de considerar a maneira de contá-la. Algo que, felizmente, Pisque Duas Vezes (Blink Twice) entendeu corretamente.
A ilha do medo 2m2827
A estreia na direção da atriz Zoë Kravitz é um terror psicológico tão direto e divertido quanto empolgante, sabendo extrair o fio de sua ideia com cada decisão. Naomi Ackie, Geena Davis, Christian Slater, Adria Arjona, Alia Shawkat, Haley Joel Osment e um surpreendente Channing Tatum (faz um papel muito diferente dentro de sua filmografia) protagonizam este notável trabalho que já pode ser visto em streaming através do Amazon Prime Video.
Frida e sua colega de quarto trabalham como garçonetes em um evento de arrecadação de fundos, e a primeira não pode evitar notar a presença do milionário magnata da tecnologia Slater King, que volta aos olhos do público após um escândalo que provocou sua retirada parcial. Frida consegue se aproximar o suficiente para chamar a atenção de Slater, que a convida impulsivamente para sua ilha privada para uma experiência intensa sem fim. Uma que terá consequências inesperadas.
A história que Zoë Kravitz estabelece não conta com especiais reviravoltas, deixando claros os elementos assustadores de um determinado grupo de personagens desde o início e também no elenco de coadjuvantes. Um mistério à vista onde renuncia a sutilezas para martelar onde considera importante.

Pisque Duas Vezes: estreia estimulante c582d
Não é difícil estabelecer a temática da ilha do prazer com casos como o de Jeffrey Epstein, e Kravitz usa esse conhecimento para ir diretamente à experiência de suas protagonistas, desprovidas de controle. Com um uso bastante proeminente da montagem e do som, nos aproxima de sua perspectiva e torna a jornada mais estimulante.
Ao não pretender ter uma série de surpresas na manga e optando pela experiência direta, Pisque Duas Vezes consegue ser mais emocionante em sua jornada, oferecendo 100 minutos de bom bombardeio sensorial. Um filme que mostra uma cineasta promissora, demonstrando uma boa compreensão e uso das técnicas, e que funciona sem se complicar demais. Isso sim, seu maior pecado é não manter o título original: Pussy Island.
*Conteúdo Global do AdoroCinema
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