Era 20 de outubro de 2016. Em pouco menos de quatro meses e meio, o mutante Wolverine retornaria ao cinema pela sétima e (supostamente) última vez com o filme Logan. E então as expectativas começaram a aumentar.
Isso porque, depois de quatro aventuras com os X-Men (sem contar as participações especiais) e dois spin-offs que não foram muito bem aceitos pelo público, o personagem interpretado por Hugh Jackman já tinha sido explorado de todas as formas, e o público sentia isso.

De modo geral, os filmes de super-heróis se acumularam consideravelmente nos últimos anos, e o Wolverine já esteve em seis deles. Sendo assim, era difícil não parecer banal e até mesmo desnecessário anunciar uma nova obra dedicada ao mutante com garras, mesmo que James Mangold estivesse no comando.
I hurt myself today... 2v555t
No entanto, quando o primeiro trailer de Logan se iniciou com alguns acordes de violão, um milagre aconteceu. O trailer teve a excelente ideia de usar a famosa música Hurt, de Johnny Cash, que, além de ser uma referência ao filme biográfico Johnny & June, de Mangold, era perfeitamente adequada a Wolverine, especialmente naquele novo filme.
Logan parece estar envelhecendo, seu rosto está cansado e seu corpo está cheio de cicatrizes. “Os mutantes se foram agora”, ele suspira enquanto toma um gole de uísque. É difícil imaginar o tom grave de Cash e a letra desiludida de Hurt ressoando de forma mais eficaz.

Desde os primeiros segundos desse incrível trailer, ficou imediatamente claro que estávamos prestes a descobrir um filme de super-herói que, na verdade, não é realmente um filme de super-herói. Uma coisa é certa: Logan não teve nada em comum com as edições anteriores da saga X-Men e foi um epílogo emocionante para o personagem.
Todas as expectativas foram justificadas. Os fãs da Marvel, um pouco cansados, que levantaram uma sobrancelha quando ouviram falar dessa nova obra, tiveram bons motivos para se alegrar. Em 2 de março de 2017, Mangold e Jackman provaram que estavam certos.