Quando se trata do segredo do sucesso de Piratas do Caribe, dois nomes são mencionados com pouca frequência. Pois o blockbuster pirata também vive dos diálogos animados e brincalhões da dupla de roteiristas Ted Elliott e Terry Rossio. A mesma dupla foi responsável pelo clássico espirituoso da Disney, Aladdin, e um filme é praticamente o elo entre esses sucessos:
O Caminho para El Dorado combina o espetáculo de aventura de Piratas do Caribe com o charme animado e engenhoso de Aladdin. O resultado é um filme de aventura animado e espirituoso do estúdio DreamWorks Animation, que embora tenha decepcionado nas bilheterias, prova ter imenso potencial cult. Caso queiram recuperar ou refrescar suas memórias: O Caminho para El Dorado está disponível em vários portais VOD - por exemplo, no Amazon Prime Video e Apple TV.
O Caminho para El Dorado: Aqui os ladrões de cena são as estrelas! 671f5r
Os pequenos trapaceiros Tulio e Miguel estão constantemente se metendo em situações perigosas. Apenas através de astúcia, ousadia e fraude eles conseguem se libertar delas, apenas para tropeçar imediatamente em novos problemas. Assim, eles acabam no navio do cruel Capitão Cortez e acidentalmente encontram o caminho para a misteriosa El Dorado!
Lá, os malandros inconscientemente se tornam peões do intrigante sumo sacerdote Tzekel-Kan. Enquanto isso, sua amizade ameaça se desfazer devido a planos futuros diferentes. Mas quando Tulio e Miguel percebem os perigos que os aguardam, eles devem se recompor e lutar pelo bem com a esperta nativa Chel. Ou pelo menos para continuar vivendo bem!
A faísca inicial para O Caminho para El Dorado foi uma constatação: em muitos filmes animados, o protagonista é um personagem manso, ofuscado por personagens secundários atrevidos e desajeitados. Por isso, Elliott e Rossio decidiram escrever uma aventura focada em dois garotos travessos e carismáticos, que normalmente estariam ocupados roubando as cenas de um personagem bem-comportado.
Outra fonte de inspiração foi a série de sete filmes Road To... com as lendas de Hollywood, Bing Crosby e Bob Hope: nela, Hope e Crosby viajam como amigos caóticos e astutos para países distantes, onde encontram o amor, cantam canções e criam confusão que ridiculariza as convenções do cinema de aventura.
DreamWorks SKG
Uma produção verdadeiramente caótica... 636v66
Por mais inteligente que fosse a ideia, a produção foi tumultuada: repetidamente houve desacordos entre os roteiristas, a direção e o estúdio sobre quão desonestos os personagens principais deveriam ser, quão ousado o humor poderia ser e quão dramática a história, que começa de forma descontraída, deveria se tornar ao longo do filme.
Como resultado, o enredo e as músicas (escritas por Tim Rice e Elton John) foram refeitos várias vezes, o que levou os diretores originais a desistirem após anos de trabalho: Will Finn, desenhista de Aladdin, que queria fazer sua estreia na direção com O Caminho para El Dorado, e David Silverman, veterano de Os Simpsons. Em seu lugar, o artista de efeitos de Pocahontas Don Paul e o desenhista de Asterix and the Big Fight Bibo Bergeron finalizaram o filme - como uma comédia colorida que subverte e intensifica de forma refinada as convenções do cinema de aventura.
O lançamento nos cinemas parecia punir esse caos: com uma bilheteria mundial de 76,4 milhões de dólares, o orçamento de 95 milhões de dólares nem sequer foi recuperado. No entanto, apesar da origem estressante, O Caminho para El Dorado é uma aventura animada incrivelmente divertida, motivo pelo qual encontrou um público apaixonado no home video.
DreamWorks SKG
Nas redes sociais, o filme está agora onipresente, já que seus fãs dificilmente perdem uma oportunidade de citar os diálogos animados e mordazes ou de reviver a interação espirituosa entre Tulio e Miguel em GIFs. Uma fama tardia e merecida, que esperamos que leve ainda mais pessoas a recuperar O Caminho para El Dorado - porque o filme oferece mais do que sua proeminência na internet sugere.
Além da amizade crível e divertida entre os malandros no centro, onde a marca dos criadores de Aladdin e Piratas do Caribe é plenamente evidente, o visual se destaca especialmente: os cenários de tirar o fôlego foram criados através de uma fusão de métodos de animação clássicos e etapas de trabalho digital. Portanto, eles combinam de maneira surpreendente ideias coloridas, lúdicas e pictóricas com um realismo de aventura.
Para um toque extra de diversão na aventura, há cenas de ação animadas intercaladas, como uma competição esportiva rápida e elegante ou a luta ardente de nossos protagonistas com uma estátua viva de jaguar. E o compositor John Powell de Como Treinar o Seu Dragão, assim como Hans Zimmer, que também deixaria sua marca na série Piratas do Caribe, sublinham esse tumulto estiloso na selva com música instrumental que oscila vigorosamente entre nostalgia de Hollywood, toques calorosos da América do Sul e poder do sintetizador.
*Conteúdo Global do AdoroCinema