
O gênero faroeste está cheio de obras-primas. No entanto, às vezes acontece de um marco não receber o reconhecimento que merece. Este é o caso de Pequeno Grande Homem, de 1970. No filme de Arthur Penn, a vida agitada de um homem é traçada para dar ao público a oportunidade de formar sua própria opinião sobre o ado dos EUA.
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Aos 121 anos, Jack Crabb (Dustin Hoffman) conta a história de sua vida a um repórter arrogante. Tudo começa com um menino de dez anos perdendo sua família em um ataque de uma tribo indígena. Somente ele e sua irmã Caroline (Carole Androsky) sobrevivem, mas ambos são apanhados e levados para a aldeia da tribo.
Sua irmã consegue escapar, mas Jack permanece no acampamento e é tratado como um neto pelo cacique. Crabb fica com a tribo por seis anos, mas, após um confronto com o Exército dos EUA, precisa se revelar para escapar da morte. De volta à civilização “branca”, ele tenta se conformar com um mundo que agora se tornou estranho para ele...

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A forma como o patrimônio histórico é compreendido está inextricavelmente ligada à interpretação da própria história. Com essa obra, algo novo foi criado: uma nova perspectiva. Penn realizou uma magnífica revolução cinematográfica na autocompreensão americana, a sua revolução, e hoje vivemos apenas as consequências e nos beneficiamos disso.
Também importante é a classificação cronológica de Pequeno Grande Homem, que pretendia questionar as regras clássicas do gênero e, assim, também colocar à prova os hábitos de visualização da época. O filme busca promover um exame crítico dos fluxos de colonos e do genocídio dos povos indígenas, e Arthur Penn consegue fazer isso de uma forma que às vezes é cínica, às vezes incrivelmente tocante.

Hoffman entrega uma de suas performances mais multifacetadas e impressionantes, dando ao seu personagem um olhar agradavelmente ambivalente e tocando o público por meio dessa multidimensionalidade. Ainda hoje é absolutamente incompreensível que ele não tenha recebido pelo menos uma indicação ao Oscar.