No ar há quase duas semanas, o remake de Vale Tudo vem gerando boa repercussão nas redes sociais, especialmente pelos intensos embates entre mãe e filha. Logo na primeira semana, os telespectadores acompanharam o ponto de partida do conflito: Maria de Fátima (Bella Campos) vendeu, às escondidas, a casa que o avô havia colocado em seu nome, deixando Raquel (Taís Araujo) na rua da amargura.
Mas será que Maria de Fátima podia mesmo vender a casa? Por mais revoltante que tenha sido vê-la embolsar o dinheiro do imóvel para se mudar para o Rio de Janeiro, a verdade é que ela agiu dentro da lei. A propriedade em Foz do Iguaçu foi registrada em seu nome pelo pai de Raquel, Salvador (Antônio Pitanga), quando a neta ainda era pequena.
Além de querer facilitar a burocracia da herança no futuro, Salvador também temia que Rubinho (Julio Andrade) – ex-marido de Raquel e pai de Maria de Fátima – reivindicasse algum direito sobre o imóvel em um eventual processo de divórcio. Por isso, o funcionário da alfândega decidiu transferir a casa diretamente para Fátima, deixando o único bem dentro da família.
Mas a rasteira da jovem poderia ter sido evitada com um recurso jurídico simples – mas que muitas famílias ainda ignoram: o usufruto vitalício. Com esse mecanismo formalizado em cartório, Raquel teria o direito de permanecer na casa até o fim de sua vida (ou até o término do prazo estipulado), mesmo que estivesse no nome da filha.
Divulgação/TV Globo
Com o direito do usufruto, Raquel, como usufrutuária, também poderia impedir a venda do imóvel sem seu consentimento, além de se proteger de qualquer tentativa de expulsão por parte da filha. Sem essa proteção, o golpe de Maria de Fátima teve sinal verde para acontecer!
Sem trama central, sem Copacabana Palace 83k52
Com boa índole e sem imaginar qualquer maldade, Raquel e Salvador jamais poderiam prever uma atitude tão lamentável por parte de Maria de Fátima. No entanto, se a casa estivesse protegida pelo usufruto vitalício, a trama centrada nos embates entre mãe e filha – que têm visões completamente opostas sobre honestidade – sequer existiria.
“Lamento quem torceu contra”: Público queima a língua e elogia performance de Bella Campos em Vale TudoSem o dinheiro da venda, a jovem rebelde ainda estaria reclamando da "vida de pobre" em Foz do Iguaçu e não teria se mandado para o Rio de Janeiro, ado dias em um quarto luxuoso no Copacabana Palace, de frente para o mar, nem feito suas comprinhas de grife, como Chanel, Saint Laurent e Gucci. Também não estaria desfilando de táxi pra cima e pra baixo.
Provavelmente, César Ribeiro (Cauã Reymond), seu parceiro de trambiques, nem lhe daria bola. Afinal, o modelo só demonstrou interesse quando achou que a mau-caráter era rica!
O remake de Vale Tudo é escrito por Manuela Dias, com base na obra original de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères. A direção artística é de Paulo Silvestrini, e a direção geral, de Cristiano Marques. A novela vai ao ar de segunda a sábado, na TV Globo.