Bob Esponja Calça Quadrada é um daqueles desenhos que marcaram gerações. Com seu humor caótico, personagens esquisitos e situações absurdas no fundo do mar, ele se tornou um clássico da cultura pop. A história gira em torno de Bob Esponja, um otimista incansável que trabalha no Siri Cascudo, faz bolhas de sabão como ninguém, e vive se metendo em confusões ao lado de seu melhor amigo, Patrick Estrela.
A série tem um começo muito forte — as primeiras temporadas são recheadas de episódios memoráveis e engraçados de um jeito quase genial. É aquele tipo de humor que parece bobo à primeira vista, mas que surpreende com piadas inteligentes, referências malucas e um ritmo imprevisível. Episódios como "Pizza do Bob Esponja", "O Garoto que Chorava Milagres" ou aquele em que eles cantam no show de talentos são simplesmente icônicos.
Os personagens são carismáticos e exageradamente únicos. Bob é o típico animado demais, Patrick é a definição de burrice engraçada, Lula Molusco é o mal-humorado que representa todos nós às segundas-feiras, e o Sr. Siriguejo é a ganância em forma de caranguejo. Até personagens secundários, como a Sandy ou a Pérola, têm seu brilho.
Mas o problema de Bob Esponja está justamente na duração da série. Com o ar das temporadas, o desenho vai perdendo o fôlego. As piadas começam a parecer forçadas, os roteiros ficam mais exagerados (no mau sentido), e a sensação é de que a mágica das primeiras temporadas vai se esvaindo. Isso não quer dizer que tudo depois é ruim — ainda existem bons momentos — mas a diferença de qualidade entre o início e o resto é bem visível.
Visualmente, o desenho sempre manteve sua estética maluca e colorida, o que combina com o tom da série. As expressões exageradas dos personagens, os cortes abruptos e até os efeitos sonoros são parte do charme. A abertura com a música “Quem vive num abacaxi e mora no mar?” é impossível de esquecer, e até hoje faz muita gente cantar junto sem pensar duas vezes.
No fim das contas, Bob Esponja tem seu lugar garantido na memória afetiva de muita gente, inclusive por ter sido um dos desenhos mais diferentes e criativos da TV. Mas justamente por não ter conseguido manter a mesma qualidade ao longo dos anos, acaba ficando com a nota 3,5 de 5 — ainda bom, ainda divertido, mas não tão brilhante quanto poderia ter sido do começo ao fim.